quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

UCross na revista Cross Country


Descrição do UCross pela Aircross
Nossa ideia quando desenvolvemos o UCross foi uma asa de alta performance confortável para voos de cross country, com hangliding preciso e características próximas às velas de competição. Especialmente quando subindo em térmicas, a vela realmente procura entrar na térmica em vez de abater para trás do piloto. Essa entrada combinada com suas características de subida nas térmicas torna o UCross perfeito para o piloto de XC que objetiva rodar aquela última termal fraca do final do dia aproveitando na íntegra um longo dia de cross.
Um pouco da História da Aircross
Gibus é um projetista francês, mais formalmente conhecido como Hervé Corbon, criador da marca Aircross 15 anos atrás na França. Ele ficou bem conhecido rapidamente por seus projetos radicais e ideias inovadoras, suas velas de competição tem a reputação de serem Top em performance. Ele trabalhou em várias tecnologias que hoje são usadas em velas de linha, como o sistema Rigifoil, o arco Gibus, e desenvolveu o primeiro protótipo duas linhas que voou muito antes de 2010. Um de seus velames o U3 foi um grande sucesso em termos de competições, em 2008 o piloto Konrad Gorg comprou a companhia e em uma entrevista recente à nossa revista em 2010 Konrad disse, “Na época fui movido puramente por minha paixão no paraglider”. A companhia moveu seu setor de desenvolvimento de protótipos para a Alemanha e expandiu o time. Eles aumentaram o range de velas incluindo velas seriais, e nesse processo de ampliação o UCross é a vela mais recente. As velas são produzidas pela fábrica da Gin na Coréia, o projetista Gibus mantém uma estreita relação com Gin Seok da Gin Gliders a muito tempo, atualmente os escritórios de trabalho da Aircross são ao norte da Alemanha.
Construção
Esta vela é pincelada com as últimas tecnologias, como é de se esperar da Aircross. O alongamento de 6.1 é relativamente grande para a classe EN-C. O UCross tem 76 células, muito para uma EN-C, isto define um perfil ótimo ao velame, ao custo de peso e complexidade. No nariz você encontra uma construção complexa. Diferente de outros projetistas que usam talas de nylon ao longo das paredes das células para evitar o Mylar, o UCross usa o Rigfoil System, que consiste no uso de talas para reforçar o perfil entre só que entre as paredes das células, enquanto as células tem paredes de Mylar.
Perguntei ao Konrad o porquê dessa escolha diferente das demais marcas e ele me disse: “Nós queremos uma vela resistente ao uso e comprometida com a segurança.” Na opinião da Aircross usar talas + Mylar se comparado com o uso apenas de talas, “não compromete a segurança do glider depois do colapso.” É verdade que essa combinação acrescenta peso ao bordo de ataque, mas para o bigboss da Aircross a questão é o quanto tirar de peso do bordo de ataque é importante? Segundo Konrad esse ponto está sendo superestimado pelas outras marcas e além disso são usados caros tecidos de 27g/m2 na estrutura interna do ataque o que compensa parcialmente o uso de Mylar.
São três células fechadas de cada lado nas pontas, e ainda ao longo do ataque. Ao longo da corda é encontrado o Arco Gibus, o que ajuda na sustentação do bordo de fuga, combinando o arco com talas. Então ao dobrar sua vela é interessante usar concertina para manter a integridade das talas. Ao longo do bordo de fuga encontramos mini perfis que são onipresentes atualmente.
O plano de linhas e o de um puro três linhas para redução do arrasto de linhas. Somente a galeria superior é de linhas sem capa. Os tirantes são finos. A banda A tem uma linha separada e sendo atuada de forma diferente na trimagem da vela acelerada. O acelerador usa roldanas de boa qualidade Harken. Os freios são presos por pressão e possuem distorcedor na linha. Os batoques são finos e confortáveis, fáceis para empunhar.
Decolagem
À despeito do grande alongamento para essa classe o UCross é fácil de decolar em qualquer condição, desde a fraca brisa até em condições térmicas turbulentas. Em todos os casos uma tração gentil no A e uma subida estável necessitando de pouco comando para fazê-la parar na cabeça e se manter nessa posição.
No Ar
Tão logo você decola nota o hangliding do velame, é realmente um carro de rally nos céus e tem a pilotagem mais direta da sua classe, mais direta que muitas velas EN-D final de homologação. Pequenos movimentos são requeridos para manobrar essa vela e por isso a recomendamos para pilotos já familiarizados com essa homologação em detrimento aos pilotos que querem ascender para o EN-C. Mas se adaptando com a finesse que o comando do UCross proporciona é o tipo de vela que coloca um sorriso no rosto do piloto, e digo isso pois o UCross fez isto por mim!
Em termais é fácil de manter a vela no seu lugar, pequenos inputs de freio são necessários. A agilidade do velame proporciona o giro em bolhas muito pequenas e uma vez centrada a térmica a vela exige pouca atenção liberando o piloto para estudar o próximo movimento.
Na turbulência a vela parece sólida e de novo precisa de pouco comando, o hangliding direto do UCross faz com que sejam necessários pequenas correções para impedir potenciais colapsos. No sul da França voando em uma região muito turbulenta eu achei o comportamento da vela impecável na turbulência, pequenas fechadas de orelha que não necessitaram nem de comando para abrirem.
Konrad me contou que estava muito satisfeito com a performance da vela, ele mesmo voou 250km durante uma sessão de fotos (deve ter sido em Quixadá). Embora comparações sejam notoriamente difíceis de fazer, me pareceu uma vela admirável mantendo-se bem no alto dos outros gliders de sua classe e de muitos da classe acima também...
O sistema de aceleração é um pouco pesado, mas fiquei feliz de usar o seu curso 100% e não ver sinais de “fraqueza” do bordo de ataque. Inicialmente eu tive problemas com o roll do glider mas rapidamente arrumei isso. Nas transições, de novo pouco pilotagem e tranquilidade para analisar seus próximos movimentos.
Conclusão
O UCross tem um comando maravilhoso para sua classe. Seguidas vezes eu voltei dos voos com essa vela com um sorriso estampado no rosto. Se você quer o comando de velas top combinada com a segurança passiva EN-C então tente esta vela. Ela é muito se você está sendo apresentado para essa homologação agora mas é perfeita para pilotos mais experientes e para os bons dias de voo.
Marcus King voou UCross M (90-105kg) com 105kg com selete Sup’Air Shamane
Obs: fonte revista Cross Country 138, tradução livre.

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